Salve, 5 de Maio !
Inda que tarde, porêm aquecido com o calor enthusiastico que minh’alma pela auspiciosa data anniversaria da sympathica e querida Alvorada, sinto um jubilo indescriptivel no recinto do meu coração, em ao traçar, pallidamente, esta saudação, trazer aos bondosos, infatigaveis luctadores da vida e attenciosos irmãos Pennys os meus fraternaes cumprimentos, com votos de perennes prosperidades para a Alvorada.
E, ao manifestar a consideração em que tenho aos amaveis Pennys, devo advertir aos benevolos leitores que, as minhas expressoes partem, d’um modo sincero, do meu coração – talvez ao contrario de muitos polichinellos que, sem reflectirem o seu viver, submergidos em completa ignorancia, tentam, com palavras, alheias à civilidade, vasar o bom conceito d’este periodico, considerando-o de – pasquim !
Na verdade, é um pasquim, em parte, mas é preciso que, esses ignorantes comprehendam (Té parece impossivel ter-se que fazer esta explicação !) que a Alvorada não se encerra só em criticas, nem nunca os seus proprietarios ousaram admitir, em suas columnas, collaborações satyricas que viessem a offender a moralidade de quem quer que seja, pois, em o numero de seus collaboradores, ha laureadas pennas, já festejadas pelos seus leitores (com excepção da minha) que nos proporcionam a lêr as suas imaginações poeticas, as suas producções litterarias !
Quantas vezes não tendes, caros leitores,a grata satisfação de apreciar um bom soneto, uma phantasia, emfim, uma pagina angelical, admiravelmente inspirada por um collaborador da Alvorada !
Infelizmente, ella conta regular numero de inimigos, mas isso não occasionará, penso eu, prejuizo algum, pois o proprio Victor Hugo, o fecundissimo poeta francez que, não obstante ser o autor das primorosas obras : – Haud’islaude, Cromvel, Marion, Detorme, Hernam, Le Roi S’amuse, Lejende des Siécles, Les Miserables e outras mais, pelas quaes deve ser considerado o primeiro poeta do nosso seculo, tambem foi victima de muitos inimigos, os quaes procuravam esmorecelo, criticando as suas importantes obras, porém nunca o venceram os despreocupados mizeráveis !
Entretanto, que fazer ?
Deixai de latir como cães, perdão, digo mal ; não posso compara-los com estes, porque, os cães obedecem fielmente aos seus donnos ; sabem-se collocar nas suas posições, porém, esses hypocritas, n’uma demonstração de despeito e inveja, não sabem se collocar nas suas posições, mesquinhas, não reconhecem-se, finalmente !
Berrae, baluartes nauseabundos, enquanto a Alvorada, para a vossa desconsolação, vae marcando, de anno em anno, mais um marco de existencia, que synthetisará a sympathia que lhe é dispensada por seus innumeros assignantes !
Berrae, baluartes nauseabundos !…
Nosso anniversario
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Recebemos cartões de felicitações e cumprimentos das seguintes pessoas :
Dr. Juvenal Augusto da Silva, Octacilio Borges Pereira e esposa, Benjamin da Rosa e familia, Jorge Amorim.
Quinsiluu